Saramago já dizia: “É dessa massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade”. Embora, seja dura a observação do português, devemos considerar que, de fato, temos vivido de modo a fazer jus ao pensamento dele. A cegueira, que nos dominou nesta quadra da história, nos transformou em tiranos de nós mesmos, como se houvéssemos perdido a capacidade de perceber o que nos circunda, o mundo, os outros, e, muitas vezes, até nossa individualidade verdadeiramente.
Fomos dominados pela ditadura do ego, a qual não permite a conjugação dos verbos no plural. Sendo assim, existe apenas o eu, e, ainda, de forma superficial, uma vez que para que possamos compreender as nossas tormentas é preciso perceber que no mar bravo existem outros barcos além do nosso. Não há, dessa forma, a percepção da humanidade que nos forma, isto é, a nós e aos outros, de modo que o outro se torna indigno da nossa visão, tornando-se invisível diante da nossa cegueira egoísta.
Dessa maneira, não consegui…
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